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As áreas úmidas do Rio Grande do Sul são áreas de alta riqueza de espécies, muitas delas endêmicas do bioma Pampa, bioma exclusivo do extremo sul do Brasil. Apesar da alta riqueza de espécies, a fragmentação das AUs tem sido muito forte nos últimos 30 anos, comprometendo grande parte das AUs da região. O desparecimento de AUs aumenta a cada ano e a expansão do arroz é, sem dúvida, a atividade antrópica mais responsável.

Para se ter uma ideia da magnitude dessa pressão, a região sul do Brasil é responsável por 70% da safra nacional do arroz irrigado brasileiro, e essa safra precisa aumentar nos próximos 15 anos para atender a demanda humana. Nesse sentido muitos estudos são necessários para tentar preservar as espécies aquáticas e endêmicas das AUs da região, e suas múltiplas funções e valores, como recursos hídricos para geração de energia, impactos contra inundações, alimentação de populações tradicionais etc.

Inventários de AUs em escala espacial ampla no sul do Brasil são quase inexistentes e os que existem são antigos e não representam a realidade atual. Estimativas de perda desses ecossistemas são desconhecidas e muitas vezes grosseiras. Estudos de classificação e delineamentos das AUs estão em fase inicial, impossibilitando reconhecer quais classes de AUs são as mais ameaçadas e vulneráveis. Ferramentas de delineamento das AUs baseadas em plantas aquáticas são necessárias para apoiar a conservação desses sistemas.

O padrão de distribuição da biodiversidade aquática tem sido estudado nos últimos anos dentro do conceito de paisagem fragmentada. Se conhece atualmente com dados de campo que a riqueza de espécies diminui com a redução das AUs, aumento do isolamento e redução da variabilidade ambiental. Entretanto muito ainda precisa ser feito dentro do conceito de beta-diversidade e estrutura de comunidades. Devido à pequena porcentagem de Unidades de Conservação no Rio Grande do Sul, menos de 1% da superfície do estado, muitos trabalhos de ecologia aquática têm sido feitos nos arrozais, buscando práticas de manejo agrícolas que também pudesse contribuir com a conservação de espécies fora de Unidades de Conservação.

Entretanto, maiores estudos são necessários para analisar o real impacto dos agrotóxicos nas comunidades aquáticas em paisagens agrícolas. Esses trabalhos são fundamentais para unir o sistema produtivo arrozeiro na conservação de espécies. Todos esses estudos são necessários para estabelecer políticas sólidas de conservação de espécies e de sustentabilidade ambiental nas áreas úmidas do bioma Pampa e região sul do Brasil. 

Subprojetos:

Efeitos da Variação Climática na Biodiversidade Aquática das Áreas Úmidas do Sul do Brasil: Uma Abordagem Espaço-Temporal

Respostas do Banco de Propágulos Dormentes de Invertebrados Aquáticos Frente à Variação Climática em Áreas Úmidas Intermitentes do Extremo Sul do Brasil