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Desde a publicação de Curtis et al. (1963), a Costa Trucial, a Península de Qatar e a Baja Califórnia tornaram-se áreas clássicas para o estudo da formação de evaporitos em planícies hipersalinas. No Brasil, esses ambientes foram descritos apenas no litoral do estado de Sergipe e Rio de Janeiro (Silva et al., 2000), porém ocorrem em grandes áreas dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Muitas destas áreas foram ocupadas pelas salinas solares (AUs Antropogênicas), cujas maiores do Brasil estão localizadas ao longo do litoral setentrional do estado do Rio Grande do Norte, mais especificamente nas margens dos seus estuários. Atualmente, as salinas são estudadas não só em seus aspectos geológicos e de engenharia, mas também como biótopo intermediário entre os ecossistemas marinhos e ambientes estuarinos (Costa, 2013). As salinas são AUs artificiais de elevado interesse do ponto de vista da conservação da natureza. Eles desempenham um papel importante tanto como habitat para espécies de aves aquáticas migratórias e como redes de conectividade bióticas. Na bacia do Mediterrâneo, as salinas costeiras são altamente significativas como habitats alternativos e complementares para aves aquáticas (López et al., 2010).

Estas AUs de médio porte (naturais e antropogênicas) ocupam uma área de aproximadamente 40.000 ha, sendo ricos ecossistemas aquáticos, porém pouco estudados no Brasil (Costa, 2013). Todavia, estas AUs estão em uma situação de alta vulnerabilidade frente a crescente especulação imobiliária e à eutrofização, devido ao intenso uso das bacias hidrográficas (Silva et al., 2009) e por ser um sistema de acumulação (Ayadi et al., 2008; Khemaken et al., 2010).

Neste sentido, o objetivo desta pesquisa será efetuar o mapeamento dos serviços ecossistêmicos prestados pelas AUs hipersalinas do litoral semiárido do Brasil (RN/CE), analisando-se os resultados por meio da estatística multivariada. Esta estratégia vem sendo aplicada com sucesso em estudos em planícies de inundação (Gallego et al., 2002; Abílio et al., 2004), onde os dados desta pesquisa se somarão às escassas informações acerca da caracterização deste tipo de ambiente no litoral do Brasil, ao passo que já são bastante estudados em outros países (e.g. Austrália, Usberquistão, Espanha, México, China etc.) (Ridd e Stieglitz, 2002; Mees e Singer, 2006; Álvarez-Rogel et al., 2007; Dendooven et al., 2010; Zhang et al., 2011).

Subprojeto:

Identificação, Caracterização e Classificação das Áreas Úmidas do Rio Paraná em seu Alto Curso e Principais Tributários