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O Estado do Rio de Janeiro apresenta grande diversidade de AUs na sua zona costeira, com destaque para os sistemas estuarinos e deltaicos do rio Paraíba do Sul e as lagunas na região dos lagos fluminenses. No Norte Fluminense, as lagoas e brejos fornecem abrigo, alimento e locais para reprodução para muitas espécies de aves e têm especial importância para as aves migratórias. Nessa região, ao menos 70 espécies de aves dependem das AUs para sobreviver, sendo 22 espécies aves migratórias de longa distância. As AUs são ecossistemas cruciais para a manutenção da biodiversidade e servem de hábitat para diversas espécies silvestres. Além disso, esses ambientes também fornecem diversos serviços ambientais para a sociedade. Eles atuam na prevenção de desastres decorrentes de enchentes em épocas de chuvas, recarga dos aquíferos e do lençol freático, purificação da água, retenção de sedimentos entre outros. Espécies vegetais presentes nas AUs também são de grande importância para a sociedade. A macrófita aquática Typha domingensis, presente em muitas AUs é utilizada como matéria-prima para artesanato e serve como fonte de sustento para muitas famílias locais.

Muitas AUs como lagoas costeiras também possuem alto potencial turístico e são utilizadas para atividades de recreação como esportes aquáticos e ecoturismo. No entanto, apesar da sua grande importância para a sociedade e para a conservação da biodiversidade, as AUs têm sido amplamente degradadas por atividades antrópicas. O aumento na densidade populacional e consequente expansão das cidades, assim como as mudanças aceleradas no uso e cobertura do solo, constituem os principais mecanismos de degradação das AUs no Brasil. Algumas regiões com importantes ecossistemas de AUs possuem também grandes densidades populacionais. Na porção norte do Estado do Rio de Janeiro, os aterros e terraplanagens, as drenagens e alterações no regime de vazão, a emissão de esgoto, o uso do fogo e a contaminação química estão entre as principais atividades que degradam as AUs. Apesar da importância da conservação das AUs e da grande pressão antrópica sobre esses ecossistemas, ainda há carência de estudos. É muito importante entender a distribuição das AUs do estado do Rio de Janeiro, a extensão que ocupam, os tipos existentes, o padrão de distribuição da biota aquática nesses ambientes e as características desses ecossistemas que influenciam na distribuição da biota aquática. Esse tipo de conhecimento é essencial para subsidiar medidas de conservação consistentes e integradas, que visem a manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos.

Subprojeto:

Levantamento e Classificação das AUs Costeiras Separadas do Mar no Estado do Rio de Janeiro