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Aproximadamente 20% do território brasileiro são cobertos por uma variedade de diferentes tipos de áreas úmidas (Junk et al. 2011). Áreas úmidas tropicais são ‘hot spots’ para o desenvolvimento e manutenção da biodiversidade (Gopal et al. 2000). Elas oferecem muitos benefícios para a humanidade, e o valor total dos serviços ecossistêmicos é reconhecidamente várias vezes maior do que aquele proveniente de ecossistemas terrestres (Costanza et al. 1997, De Groot et al. 2012). Áreas úmidas têm um papel importante na recarga do lençol freático, conservam a qualidade d’água, regulam os regimes hidrológicos e de drenagem, influenciam o clima local e regional, são importantes para a preservação do solo, e são importantes fontes e sumidouros de carbono. Além disso, as áreas úmidas oferecem inúmeros recursos para a humanidade, como alimento, material de construção, extratos medicinais provenientes de suas plantas, e turfa.

Embora ainda existam lacunas no conhecimento das grandes AUs brasileiras, nos últimos anos os esforços de vários cientistas propiciaram a compilação das informações disponíveis para esses ecossistemas conforme resumido em Junk et al. (2014). Esse trabalho de compilação evidenciou a necessidade premente de avançar os estudos para o detalhamento das AUs de porte médio e pequenas, nas quais os impactos derivados da ação humana se fazem sentir de imediato. Esta tarefa, entretanto, não é banal, dada a grande extensão do País e suas peculiaridades climáticas e de biomas.

As AUs de médio e pequeno porte estão distribuídas em baixios ao longo de igarapés de terra firme, em interflúvios, campinas e campinaranas alagáveis. Podem ainda ser enquadrados nesta categoria os campos úmidos, veredas, campos de murunduns, brejos e florestas paludosas, bem como áreas úmidas estuarinas como mangues, banhados e lagoas costeiras. Com essa grande diversidade e ampla distribuição, o levantamento e caracterização dessas AUs exigem esforços conjuntos de cientistas atuando em diversos biomas brasileiros, por meio de metodologias comuns, de forma a obter resultados diretamente comparáveis.
Em sua segunda versão, o INAU II se propõe a liderar esses esforços, congregando cientistas de várias instituições brasileiras desde o planejamento das atividades, passando por seu acompanhamento e divulgação.

Os resultados têm sido disponibilizados aos tomadores de decisão e gestores, de forma a subsidiar e ativamente contribuir para a criação de políticas públicas modernas que propiciem o uso racional e, quando for o caso, a restauração desses ambientes em escala nacional.

O trabalho realizado contar com o grande número de participantes. Entretanto, em sua fase de estabelecimento, e para efeito de organização tomando como base as parcerias já estruturadas, foram definidos inicialmente 5 projetos que abrangerão diferentes parcelas do território nacional. Outros cientistas e grupos de trabalho estão ativamente agregados por meio de seminários e divulgação, de forma a aumentar o contingente de participantes deste esforço, para ampliar os estudos e maximizar os resultados. Os estudos são financiados pelos próprios projetos. O INCT-INAU II arca somente com as despesas do projeto 4.1, que trata das AUs na Bacia do Alto Paraguai (BAP) e com despesas de workshops com membros da área focal 4.


Projetos:

Levantamento das AUs na Bacia do Alto Paraguai (BAP)

Áreas Úmidas Pequenas do Sul do Brasil

Levantamento e Classificação das AUs Costeiras no Estado do Rio de Janeiro

Levantamento, Caracterização e Delineamento de AUs Eblemáticas de Porte Médio da Amazônia

Delineamento e Caracterização das AUs Hipersalinas do Litoral Semiárido do Brasil

Identificação, Caracterização e Classificação das Áreas Úmidas do Rio Paraná em seu Alto Curso e Principais Tributários